Reflexões acerca da participação discente nas aulas remotas de sociologia
Olá, eu sou a Maria Clara, estagiária do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e integrante do projeto Pergunte ao Prof. Considerando a pandemia da Covid-19 e as restrições necessárias para conter a transmissão do vírus, as aulas do Colégio José de Anchieta estão sendo observadas de forma remota através do Google Meet, plataforma que possibilita, entre outras coisas, a interação dos alunos com o professor ministrante. Neste caso, venho compartilhar a minha experiência, visto que foquei em analisar a questão da observação dos alunos em relação aos meios disponíveis para a comunicação na plataforma: microfone, câmera e chat.
Nas duas salas que acompanho, 1º e 2º ano do ensino médio, meninas participam de forma majoritária e o microfone é a ferramenta mais utilizada. Outras questões perpassam o tema abordado, tais como: por que a participação parte das mesmas pessoas em todas as aulas? Por que os alunos não ligam as câmeras? Quais as implicações da pouca participação coletiva para o professor e para os alunos?
Antes de tudo, sendo bem sincera, eu não esperava que muitos alunos comparecessem às aulas, mas quando vi o número de presentes nas duas salas senti um misto de surpresa e incredulidade. Conheço pessoas próximas que estão na mesma faixa etária dos alunos observados que não têm a presença assídua em aula, por isso o choque. Acredito que a observação participante mudou alguns pensamentos que eu tinha acerca de como eu poderia dinamizar as aulas futuramente.
Portanto, acompanhando o professor Rogério Antunes em suas aulas de sociologia percebi uma questão recorrente: ele realiza perguntas para relembrar a aula anterior e continuar a linha de raciocínio com uma inicial participação, além de construir essas importantes "chamadas" para o conteúdo durante a exposição do material perguntando a opinião dos alunos e/ou utilizando os mesmos como exemplificação de algo que está sendo explicado. Os alunos interagem pontualmente nesses momentos e fazem algumas observações em outros.
As dificuldades presentes nas observações parte do contexto da pandemia e do ensino remoto, pois mesmo tendo as aulas da graduação nesse mesmo formato, é diferente visualizar as relações que ocorrem durante esse período na plataforma do Meet sendo uma "pessoa de fora", que não faz parte do grupo de alunos e também não está ministrando a aula. O tempo disponível para uma aula, o formato das reflexões que são discutidas e o material apresentado também são passíveis de observação e análise.
Ademais, voltando ao levantamento das questões sobre a participação, acho interessante pontuar o assunto para um possível projeto no futuro tendo como objetivo mapear as razões dos alunos participarem ou não das aulas, além de pesquisar os impactos causados no âmbito coletivo, incluindo o (a) profissional ministrante, no desenvolvimento da aula e do aprendizado construído.
Espero ter contribuído com as reflexões apresentadas e acho interessante o formato do blog, pois é possível tecer comentários e contribuir com ideias. Se vocês, leitores, se sentirem confortáveis para compartilhar seus pensamentos sobre o tema aqui, serão acolhidos. Até mais, e obrigada pela leitura!